segunda-feira, 17 de março de 2014
amor-sentimento

A gente nunca sabe quando é o nosso começo até finalmente destruí-lo. Por exemplo, eu nunca achei que o A gente podia combinar Nós, e não é nenhum nó mal dado que você chegou a pensar, é nós mesmo, nós apertados, nós juntos, nós parecidos, nós fechados, nós unidos em uma só pessoa (ou um só verbo), assim como sempre imaginei que Agente seria coisa de FBI e não um tipo de plural, como em outro erro cheguei a pensar que a peteca era o novo vôlei da criançada. Pra você ter noção, a noção nunca foi muito bem vinda, as coisas andaram evoluindo gramaticalmente, o “Tudo bem?” Que era uma uma forma de cortesia matinal, virou siglas alfabetizadas em declino ao nosso surreal, assim como beleza, muito, você, com, e por mais que você não queira admitir, a saudade e o amor também viraram abreviações. Eu sei, é de se espantar!

bom dia virou beijo morno, o café nunca mais esquentou, o abraço virou aperto de mão, o sorriso virou ilusão e o flete virou chamego, como paquerar virou por si só um desejo. O livro virou lixo, o lixo virou casa, o tempo foi sumindo, as pessoas se distraindo, o vento virou fumaça e as crianças ficaram hipnotizadas. Criaram-se maquinas para os desobedientes de deveres e deveres para as próprias maquinas. As flores na mesa do jantar já não são mais verdadeiras e os frutos da colheita já não cabem mais na terra seca. Aquela TV pequena que tinha em seu quarto virou radio e cedeu seu espaço para um LCD, a pipa virou rima e a rima sumiu com sua cortesia.

A gente nunca sabe quando é o nosso começo até finalmente senti-lo. Você poderia ao menos saber escolher entre estar caminhando em uma manhã ensolarada, pelo simples prazer de suspirar ou adentrar em sua casa pela ilusão de conforto vivo. Mas tanto faz não é? Dentro o fora você ia acabar morrendo, então porque arriscar? Você poderia ter largado seu trabalho em casa(porque daqui pra frente ninguém mais precisará de escritório) e ter feito as pessoas rirem, nem que fosse por um segundo. Você esbarraria por muitas bocas e beijaria outras pelo seu sorriso, talvez nisso você encontraria outros risos. Você amaria e isso já compensaria seu dia. Ou desmoronaria sua vida, mas você já teria algo que poderia ser verdadeiro.

Quer algo mais real que uma risada? Um choro, talvez.

Mas você não seria desses, você gosta de curtir. Então você teria esquecido todas as suas abreviações e seu passado, e iria em busca de algo mais concreto, cuidado com o perigo, você não está mais atrás de um computador. Seus teclados foram tirados de suas mãos, seus dedos não são mais dígitos, suas cabeça não é nenhuma tela e o notebook onde era sua área de trabalho havia desaparecido, o-o-ou, você entrou pro mundo real meu amigo.

E foi ai que você voltou, mas não como antes, agora está transparecendo em palavras não ditas, julgadas pelo seu ser modernizado. Agora você escreve sobre a vida e do amor que sentiu ao rir, priorizou suas vantagens e voltou para o seu começo. A gente nunca sabe quando é o nosso começo até conseguir voltar para ele. Você pode ter continuado atrás de um computador, mas está em frente a vários corações.
quinta-feira, 6 de março de 2014


"Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é."

Martha Medeiros

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Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.

Diana

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