segunda-feira, 4 de maio de 2015
Chega um tempo em que não se diz mais:
Meu Deus, tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais:
Meu amor, porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram,
e as mãos tecem apenas o rude trabalho,
e o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo,
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões
dentro dos edifícios provam apenas
que a vida prossegue, e nem todos se libertaram ainda.
Alguns achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam os delicados morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
— Carlos Drummond de Andrade.
“Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o “de”, o “aliás”,
o “o”, o “porém” e o “que”, esta incompreensível
muleta que me apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infrequentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.”
— Adélia Prado.
quinta-feira, 24 de julho de 2014

A gente passa, a gente olha, a gente pára
e se extasia.
Que aconteceu com esta cidade
da noite para o dia?
O Rio de Janeiro virou flor
nas praças, nos jardins dos edifícios,
no Parque do Flamengo nem se fala:
é flor é flor é flor,
uma soberba flor por sobre todas,
e a ela rendo meu tributo apaixonado.


Pergunto o nome, ninguém sabe. Quem responde
é Baby Vignoli, é Léa Távora.
(Homem nenhum sabe nomes vegetais,
porém mulher se liga à natureza
em raízes, semente, fruto e ninho.)


Iúca! Iúca, meu amor deste verão
que melhor se chamara primavera.
Yucca gloriosa, mexicana
dádiva aos canteiros cariocas.
Em toda parte a vejo. Em Botafogo,
Tijuca, Centro, Ipanema, Paquetá,
a ostentar panículas de pérola,
eretos lampadários, urnas santas,
de majestade simples. Tão rainha,
deixa-se florir no alto, coroando
folhas pontiagudas e pungentes.
A gente olha, a gente estaca
e logo uma porção de nomes populares
brota da ignorância de nós todos.
Essa gorda baiana me sorri:
– Círio de Nossa Senhora… (ou de Iemanjá?)
– Vela de pureza, outra acrescenta.
– Lanceta é que se chama. – Não, baioneta.
– Baioneta espanhola, não sabia?
E a flor, que era anônima em sua glória,
toda se entreflora de etiquetas.


Deixemo-la reinar. Sua presença
é mel e pão de sonho para os olhos.
Não esqueçamos, gente, os flamboyants
que em toda sua pompa se engalanam
aqui, ali, no Rio flóreo.
Nem a dourada acácia,
nem a mimosa nívea ou rósea espirradeira,
esse adágio lilás do manacá,
esse luxo do ipê que nem-te-conto,
mais a vermelha aparição
dos brincos-de-princesa nos jardins
onde a banida cor volta a imperar.


Isto é janeiro e é Rio de Janeiro
janeiramente flor por todo lado.
Você já viu? Você já reparou?
Andou mais devagar para curtir
essa inefável fonte de prazer:
a forma organizada
rigorosa
esculpintura da natureza em festa, puro agrado
da Terra para os homens e mulheres
que faz do mundo obra de arte
total universal, para quem sabe
(e é tão simples)
ver?


Autor: Carlos D. de Andrade
terça-feira, 8 de julho de 2014
rowling imagem
A visionária escritora J.K. Rowling, autora da saga Harry Potter, acabou de postar no Pottermoreum conto em que descreve em forma de Coluna do Profeta Diário algumas informações sobre a atual vida de Potter.
O texto, escrito por Rita Skeeter para o Profeta Diário, faz parte das colunas de fofoca e nos relembra bem o estilo de escrita da excêntrica jornalista tão conhecida por todos. Você pode ler o conto traduzido por nossa equipe abaixo (Tradução Livre):

ARMADA DE DUMBLEDORE SE REÚNE PARA A FINAL DA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL
Pela correspondente de fofoca do Profeta Diário, Rita Skeeter
Há celebridades – e depois há celebridades. Temos visto muitos rostos famosos enfeitarem as arquibancadas aqui no Deserto da Patagônia – Ministros e Presidentes, Celestina Warbeck, uma controversa banda bruxa de americanos chamada The Bent-Winged Snitches – todos tem causado rajadas e agitação, com os membros da multidão lutando por autógrafos e até lançando feitiços depontes para alcançar os camarotes acima das cabeças da multidão.
Mas quando a notícia varreu pelo acampamento e estádio que um certo grupo de bruxos infames (não mais adolescentes com caras frescas que estavam em seu auge, mas, no entanto, reconhecíveis) a emoção foi além de qualquer coisa já vista. Enquanto a multidão corria, tendas foram destruídas e crianças pequenas foram achatadas. Fãs de todos os cantos do mundo invadiram a área onde havia rumores que a Armada de Dumbledore tinha sido vista, desesperados, acima de tudo, para ter um vislumbre do homem que ainda chamam de O Eleito.
Foram dados à família Potter e ao resto da armada um alojamento na seção VIP do campo, que é protegida por pesados feitiços e bruxos de segurança. A presença deles tem mantido enormes multidões ao redor da área isolada, tudo na expectativa de um vislumbre dos seus heróis. As 15hs de hoje eles conseguiram o que queriam, quando, acompanhados por gritos, Potter levou seus filhos James e Albus para visitar o lugar dos jogadores, onde foram apresentados ao búlgaro Victor Krum.
Prestes a completar 34 anos, existe um par de fios brancos na cabeça do Auror, mas ele continua a usar os distintivos óculos redondos que alguns podem dizer que são mais adequadas para um garoto deficiente de 12 anos de idade. A famosa cicatriz de raio tem companhia: Potter tem um corte feio sob sua bochecha direita. Os pedidos de informações sobre a proveniência deste produziram a resposta habitual do Ministério da Magia: “Nós não comentamos sobre o último trabalho secreto do Departamento dos Aurores, como já lhe disse nada menos que 514 vezes, Srta. Skeeter”. Então o que eles estão escondendo? Seria o Eleito envolvido em mistérios frescos que um dia explodirão acima de nós, nos afundando em uma nova era de terror e caos?
Ou será que sua lesão teve uma origem mais humilde, que Potter está desesperado para esconder? Teria sua esposa, talvez, o amaldiçoado? Estão começando a aparecer quebras na união que os Potter fazem parecer tão feliz? Devemos interpretar alguma coisa do fato que sua esposa Ginevra estava perfeitamente feliz em deixar o esposo e os filhos para trás em Londres para a cobertura do torneio? O júri está fora do fato dela ter ou não talento e experiência para ser enviada a Copa Mundial de Quadribol (o júri está de volta – não!), mas vamos enfrenta-lo, quando seu sobrenome é Potter, portas abertas, os organismos desportivos internacionais se curvam, e os editores do Profeta Diário dão suas atribuições.
Como seus fãs devotos e seguidores vão se lembrar, Potter e Krum disputaram entre si no controverso Torneio Tribuxo, mas, aparentemente, não há ressentimentos, já que eles abraçaram após a reunião (o que realmente aconteceu naquele labirinto? Especulações são reprimidas pelo calor da saudação). Depois de meia hora de bate-papo, Potter e seus filhos voltaram para o acampamento onde eles socializaram com a Armada de Dumbledore até altas horas.
Nas tendas mais próximas, estão os dois colaboradores mais próximos de Potter, aqueles que sabem tudo sobre ele, e no entanto, sempre se recusam em falar com a imprensa. Eles estão com medo dele, ou são seus próprios segredos que têm medo de vazar, maculando o mito da derrota daquele que não pode ser nomeado? Agora casados, Ronald Weasley e Hermione Granger estavam com Potter em quase todos os passos de seu caminho. Como o resto da Armada de Dumbledore, eles lutaram na Batalha de Hogwarts e sem dúvidas merecem os aplausos e prêmios pela bravura acumulada sobre eles por um mundo bruxo grato.
No rescaldo da Batalha, Weasley, cujo cabelo ruivo parece estar diluindo um pouco, passou a trabalhar com Potter no Ministério da Magia, mas largou dois anos depois para gerenciar o famoso empório de piadas bruxas “Gemialidades Weasley”. Foi ele, que declarou na época que “estou encantado em ajudar meu irmão Jorge com o negócio que sempre amei”? Ou ele ficou cheio de estar na sombra de Potter? O trabalho no Departamento de Aurores teria sido demais para o homem que admitiu que a destruição das horcruxes d’Aquele que não deve ser nomeado “teve seus efeitos” sobre ele? Ele não mostra sinais óbvios para uma doença mental analisados por distância, mas o público não é permitido chegar perto o suficiente para fazer uma avaliação adequada. Seria isso suspeito?
Hermione Granger, claro, sempre foi a femme fatale do grupo. Os relatos da imprensa da época revelaram que quando adolescente, ela “brincou com afeto” com Potter antes de ser seduzida pelo musculoso Victor Krum, até se definir como fiel escudeira de Potter. Após uma ascensão meteórica à vice chefe do Departamento de execução das Leis da Magia, agora ela está cotada para subir ainda mais no âmbito do Ministério da Magia, e também é mãe de seu filho, Hugo, e sua filha, Rosa. Será que Hermione Granger pode provar que uma bruxa pode realmente ter tudo? (Não – Olhem para o cabelo)
Depois, há os membros da Armada de Dumbledore que recebem um pouco menos de publicidade que Potter, Weasley e Granger (são ressentidos? Quase certeza). Neville Longbottom, agora um popular professor de herbologia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, está aqui na Patagônia com sua esposa Hannah. Até recentemente, o casal morava em cima do Caldeirão Furado em Londres, mas haviam rumores de que Hannah não estava treinando apenas como curandeira, mas está aplicando seus trabalhos de mãe-de-família em Hogwarts. Fofocas sugerem que ela e seu marido querem desfrutar um pouco mais do Uísque de Fogo de Odgen do que a maioria de nós poderia esperar de pessoas que são guardiões de nossos filhos, mas, sem dúvidas, todos nós desejamos a ela uma boa sorte com suas aplicações.
Uma das últimas líderes da Armada de Dumbledore, é claro, Luna Lovegood (agora casada com Rolf Scamander, neto do célebre Magizoologista Newt). Ainda deliciosamente excêntrica, Luna foi varrendo a seção VIP com roupas compostas de bandeiras de todos os dezesseis países qualificados. Seus filhos gêmeos estão “em casa com o avô”. Seria isso um eufemismo para “muito perturbadores para serem vistos em público”? Certamente grosseiro sugerir isso.
Diversos outros membros da Armada estão aqui, mas é sob esses seis que o maior interesse está focado. Onde quer que há uma cabeça vermelha se pode fazer um palpite de que ele pertence a um Weasley, mas é difícil dizer se é Jorge (rico co-proprietário das Gemialidades Weasley), Carlinhos (criador de dragões. Ainda solteiro – por que?) ou Percy (Chefe do Departamento de Transportes Mágicos – é culpa dele que as redes de Flú estão muito ocupadas)! O único fácil de se reconhecer, é Gui, coitado, está horrível com cicatrizes de um encontro com um lobisomem que de alguma forma (Encantamento? Poção do amor? Chantagem? Sequestro?) casou-se com a inegavelmente bela (embora, sem dúvida, de cabeça vazia) Fleur Delacour.
É dito que veremos outros membros da Armada de Dumbledore no camarote na Final, somando brilho e “Razzmatazz” a uma ocasião de gala. Esperamos que o comportamento de dois dos seus mais novos parasitas não vá constrange-los, acumulando vergonha para aqueles que já trouxeram honra ao nome “bruxo”.
Alguém sempre hesita em invadir a privacidade dos jovens, mas o fato é que qualquer pessoa estreitamente relacionada a Harry Potter colhe seus benefícios e deve pagar a pena do interesse público. Sem dúvidas Potter ficará angustiado ao saber que aos dezesseis anos de idade, seu afilhado Teddy Lupin – um meio-lobisomem magro com cabelo azul brilhante – não tem se comportado de forma condizente de bruxos da realeza desde que chegou no acampamento VIP. Se pode pedir muito que o sempre ocupado Potter mantenha as rédeas apertadas sobre esse menino selvagem, que foi confiado aos seus cuidados por seus pais morrerem, mas nos estremece saber que ele será o Mestre Lupin sem intervenção urgente. Enquanto isso, o Sr e a Sra Gui Weasley podem gostar de saber que a sua bela filha Victoire parece ser atraída para qualquer canto escuro em que o Mestre Lupin parece estar à espreita. A boa notícia é que ambos parecem ter encontrado um método de respirar através dos ouvidos. Não consigo imaginar nenhuma outra razão pelos quais eles sobreviveram tais períodos prolongados, que no meu tempo de jovem, eram chamados de “amassos”.
Mas não vamos ser graves. Harry Potter e seus companheiros nunca alegaram serem perfeitos! E para aqueles que querem saber exatamente como eles são imperfeitos, a minha nova biografia: “Dumbledore Army: The Dark Side of Demob” estará disponível a partir de 31 de Julho na Floreios e borrões.

Este pode ser o pontapé para uma possível divulgação de contos sobre a história de Potter no Pottermore, que deixou, sem dúvidas, todos os fãs entusiasmados.
quinta-feira, 29 de maio de 2014

Mas ninguém sabe de minhas guerras internas. Das intermináveis lutas que fazem de meus átomos bombas atômicas prestes a explodir em um milhão de estrelas. Ninguém sabe que, nesses dias, o céu é só um fragmento da minha tristeza. Conto-lhe sobre as granadas que estouram em silêncio, sobre os meus sonhos mortos pelo gatilho das palavras e sobre o caos que se instala em mim sem ninguém saber. Tento esconder os conflitos, instaurar o poder e cicatrizar minhas dores de combatente. Mas sinto-me sem arma, sem alma, sem amor. Ah, se pudesse desistir antes de entrar em campo de batalha. Se pudesse batalhar bravamente antes de perder as cores na Guernica pintada à mão em meu peito! Mas só há guerras: mundiais, frias ou troianas. Que duram cem anos e me deixam em farrapos, de onde não sairá nenhum vencedor. Se mortes acontecem, não existe sucesso. Só há revoluções fracassadas pelos seus banhos de sangue: francesas, inglesas e russas para uma estrangeira longe da pátria e que não consegue mudar os rumos de sua vida sem atingir uma pessoa inocente. Ninguém nunca se acha em combates, afinal. Só se perde. Vidas, memórias e estrelas cadentes que deram lugar as bombas. Amores, esperanças e vôos de pássaros que fugiram com medo das sirenes. Mas ninguém sabe das tristezas que constroem cercas ao redor do que floresce entre a fumaça e os destroços. Do que sobrou entre as flores e famílias despedaçadas. Ninguém sabe do cheiro de infância nos uniformes dos tantos mortos. Das constelações que perderam o brilho para os tanques de guerra, mas que mantiveram o amor estrelado de quem acredita na restauração. De quem acredita na alegria que há depois dos tiros, por simplesmente alcançar-se o silêncio. Na paz desarmada que toma nosso peito, que se apodera de nossa voz e grita o que nem a ditadura pode impedir. De quem acredita no mundo emoldurado na parede dos sobreviventes e na poesia que supera todos os holocaustos. As pessoas sabem do que os livros lhes contam, mas não das mínimas histórias que se perderam entre canhões e espadas. É assim conosco também: sempre há um combate cósmico por trás de nossas pupilas, com sonhos e dores tão astronômicos que nenhuma destruição em massa conseguirá apagar. Mas ninguém sabe de nossas guerras internas, e só nos resta lutar para não morrer todos os dias. Para manter viva, como quem planta em terras áridas a mais bela flor, a nossa rosa de Hiroshima.

Via:Universos
quarta-feira, 28 de maio de 2014

Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começar a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência de "embonitar" a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito.
Caio Fernando de Abreu.

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra. Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora. Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda. Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima. Você é aquilo que reivindica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia. Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.

 Martha Medeiros

Quem sou eu

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Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.

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