quinta-feira, 24 de julho de 2014

A gente passa, a gente olha, a gente pára
e se extasia.
Que aconteceu com esta cidade
da noite para o dia?
O Rio de Janeiro virou flor
nas praças, nos jardins dos edifícios,
no Parque do Flamengo nem se fala:
é flor é flor é flor,
uma soberba flor por sobre todas,
e a ela rendo meu tributo apaixonado.


Pergunto o nome, ninguém sabe. Quem responde
é Baby Vignoli, é Léa Távora.
(Homem nenhum sabe nomes vegetais,
porém mulher se liga à natureza
em raízes, semente, fruto e ninho.)


Iúca! Iúca, meu amor deste verão
que melhor se chamara primavera.
Yucca gloriosa, mexicana
dádiva aos canteiros cariocas.
Em toda parte a vejo. Em Botafogo,
Tijuca, Centro, Ipanema, Paquetá,
a ostentar panículas de pérola,
eretos lampadários, urnas santas,
de majestade simples. Tão rainha,
deixa-se florir no alto, coroando
folhas pontiagudas e pungentes.
A gente olha, a gente estaca
e logo uma porção de nomes populares
brota da ignorância de nós todos.
Essa gorda baiana me sorri:
– Círio de Nossa Senhora… (ou de Iemanjá?)
– Vela de pureza, outra acrescenta.
– Lanceta é que se chama. – Não, baioneta.
– Baioneta espanhola, não sabia?
E a flor, que era anônima em sua glória,
toda se entreflora de etiquetas.


Deixemo-la reinar. Sua presença
é mel e pão de sonho para os olhos.
Não esqueçamos, gente, os flamboyants
que em toda sua pompa se engalanam
aqui, ali, no Rio flóreo.
Nem a dourada acácia,
nem a mimosa nívea ou rósea espirradeira,
esse adágio lilás do manacá,
esse luxo do ipê que nem-te-conto,
mais a vermelha aparição
dos brincos-de-princesa nos jardins
onde a banida cor volta a imperar.


Isto é janeiro e é Rio de Janeiro
janeiramente flor por todo lado.
Você já viu? Você já reparou?
Andou mais devagar para curtir
essa inefável fonte de prazer:
a forma organizada
rigorosa
esculpintura da natureza em festa, puro agrado
da Terra para os homens e mulheres
que faz do mundo obra de arte
total universal, para quem sabe
(e é tão simples)
ver?


Autor: Carlos D. de Andrade
terça-feira, 8 de julho de 2014
rowling imagem
A visionária escritora J.K. Rowling, autora da saga Harry Potter, acabou de postar no Pottermoreum conto em que descreve em forma de Coluna do Profeta Diário algumas informações sobre a atual vida de Potter.
O texto, escrito por Rita Skeeter para o Profeta Diário, faz parte das colunas de fofoca e nos relembra bem o estilo de escrita da excêntrica jornalista tão conhecida por todos. Você pode ler o conto traduzido por nossa equipe abaixo (Tradução Livre):

ARMADA DE DUMBLEDORE SE REÚNE PARA A FINAL DA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL
Pela correspondente de fofoca do Profeta Diário, Rita Skeeter
Há celebridades – e depois há celebridades. Temos visto muitos rostos famosos enfeitarem as arquibancadas aqui no Deserto da Patagônia – Ministros e Presidentes, Celestina Warbeck, uma controversa banda bruxa de americanos chamada The Bent-Winged Snitches – todos tem causado rajadas e agitação, com os membros da multidão lutando por autógrafos e até lançando feitiços depontes para alcançar os camarotes acima das cabeças da multidão.
Mas quando a notícia varreu pelo acampamento e estádio que um certo grupo de bruxos infames (não mais adolescentes com caras frescas que estavam em seu auge, mas, no entanto, reconhecíveis) a emoção foi além de qualquer coisa já vista. Enquanto a multidão corria, tendas foram destruídas e crianças pequenas foram achatadas. Fãs de todos os cantos do mundo invadiram a área onde havia rumores que a Armada de Dumbledore tinha sido vista, desesperados, acima de tudo, para ter um vislumbre do homem que ainda chamam de O Eleito.
Foram dados à família Potter e ao resto da armada um alojamento na seção VIP do campo, que é protegida por pesados feitiços e bruxos de segurança. A presença deles tem mantido enormes multidões ao redor da área isolada, tudo na expectativa de um vislumbre dos seus heróis. As 15hs de hoje eles conseguiram o que queriam, quando, acompanhados por gritos, Potter levou seus filhos James e Albus para visitar o lugar dos jogadores, onde foram apresentados ao búlgaro Victor Krum.
Prestes a completar 34 anos, existe um par de fios brancos na cabeça do Auror, mas ele continua a usar os distintivos óculos redondos que alguns podem dizer que são mais adequadas para um garoto deficiente de 12 anos de idade. A famosa cicatriz de raio tem companhia: Potter tem um corte feio sob sua bochecha direita. Os pedidos de informações sobre a proveniência deste produziram a resposta habitual do Ministério da Magia: “Nós não comentamos sobre o último trabalho secreto do Departamento dos Aurores, como já lhe disse nada menos que 514 vezes, Srta. Skeeter”. Então o que eles estão escondendo? Seria o Eleito envolvido em mistérios frescos que um dia explodirão acima de nós, nos afundando em uma nova era de terror e caos?
Ou será que sua lesão teve uma origem mais humilde, que Potter está desesperado para esconder? Teria sua esposa, talvez, o amaldiçoado? Estão começando a aparecer quebras na união que os Potter fazem parecer tão feliz? Devemos interpretar alguma coisa do fato que sua esposa Ginevra estava perfeitamente feliz em deixar o esposo e os filhos para trás em Londres para a cobertura do torneio? O júri está fora do fato dela ter ou não talento e experiência para ser enviada a Copa Mundial de Quadribol (o júri está de volta – não!), mas vamos enfrenta-lo, quando seu sobrenome é Potter, portas abertas, os organismos desportivos internacionais se curvam, e os editores do Profeta Diário dão suas atribuições.
Como seus fãs devotos e seguidores vão se lembrar, Potter e Krum disputaram entre si no controverso Torneio Tribuxo, mas, aparentemente, não há ressentimentos, já que eles abraçaram após a reunião (o que realmente aconteceu naquele labirinto? Especulações são reprimidas pelo calor da saudação). Depois de meia hora de bate-papo, Potter e seus filhos voltaram para o acampamento onde eles socializaram com a Armada de Dumbledore até altas horas.
Nas tendas mais próximas, estão os dois colaboradores mais próximos de Potter, aqueles que sabem tudo sobre ele, e no entanto, sempre se recusam em falar com a imprensa. Eles estão com medo dele, ou são seus próprios segredos que têm medo de vazar, maculando o mito da derrota daquele que não pode ser nomeado? Agora casados, Ronald Weasley e Hermione Granger estavam com Potter em quase todos os passos de seu caminho. Como o resto da Armada de Dumbledore, eles lutaram na Batalha de Hogwarts e sem dúvidas merecem os aplausos e prêmios pela bravura acumulada sobre eles por um mundo bruxo grato.
No rescaldo da Batalha, Weasley, cujo cabelo ruivo parece estar diluindo um pouco, passou a trabalhar com Potter no Ministério da Magia, mas largou dois anos depois para gerenciar o famoso empório de piadas bruxas “Gemialidades Weasley”. Foi ele, que declarou na época que “estou encantado em ajudar meu irmão Jorge com o negócio que sempre amei”? Ou ele ficou cheio de estar na sombra de Potter? O trabalho no Departamento de Aurores teria sido demais para o homem que admitiu que a destruição das horcruxes d’Aquele que não deve ser nomeado “teve seus efeitos” sobre ele? Ele não mostra sinais óbvios para uma doença mental analisados por distância, mas o público não é permitido chegar perto o suficiente para fazer uma avaliação adequada. Seria isso suspeito?
Hermione Granger, claro, sempre foi a femme fatale do grupo. Os relatos da imprensa da época revelaram que quando adolescente, ela “brincou com afeto” com Potter antes de ser seduzida pelo musculoso Victor Krum, até se definir como fiel escudeira de Potter. Após uma ascensão meteórica à vice chefe do Departamento de execução das Leis da Magia, agora ela está cotada para subir ainda mais no âmbito do Ministério da Magia, e também é mãe de seu filho, Hugo, e sua filha, Rosa. Será que Hermione Granger pode provar que uma bruxa pode realmente ter tudo? (Não – Olhem para o cabelo)
Depois, há os membros da Armada de Dumbledore que recebem um pouco menos de publicidade que Potter, Weasley e Granger (são ressentidos? Quase certeza). Neville Longbottom, agora um popular professor de herbologia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, está aqui na Patagônia com sua esposa Hannah. Até recentemente, o casal morava em cima do Caldeirão Furado em Londres, mas haviam rumores de que Hannah não estava treinando apenas como curandeira, mas está aplicando seus trabalhos de mãe-de-família em Hogwarts. Fofocas sugerem que ela e seu marido querem desfrutar um pouco mais do Uísque de Fogo de Odgen do que a maioria de nós poderia esperar de pessoas que são guardiões de nossos filhos, mas, sem dúvidas, todos nós desejamos a ela uma boa sorte com suas aplicações.
Uma das últimas líderes da Armada de Dumbledore, é claro, Luna Lovegood (agora casada com Rolf Scamander, neto do célebre Magizoologista Newt). Ainda deliciosamente excêntrica, Luna foi varrendo a seção VIP com roupas compostas de bandeiras de todos os dezesseis países qualificados. Seus filhos gêmeos estão “em casa com o avô”. Seria isso um eufemismo para “muito perturbadores para serem vistos em público”? Certamente grosseiro sugerir isso.
Diversos outros membros da Armada estão aqui, mas é sob esses seis que o maior interesse está focado. Onde quer que há uma cabeça vermelha se pode fazer um palpite de que ele pertence a um Weasley, mas é difícil dizer se é Jorge (rico co-proprietário das Gemialidades Weasley), Carlinhos (criador de dragões. Ainda solteiro – por que?) ou Percy (Chefe do Departamento de Transportes Mágicos – é culpa dele que as redes de Flú estão muito ocupadas)! O único fácil de se reconhecer, é Gui, coitado, está horrível com cicatrizes de um encontro com um lobisomem que de alguma forma (Encantamento? Poção do amor? Chantagem? Sequestro?) casou-se com a inegavelmente bela (embora, sem dúvida, de cabeça vazia) Fleur Delacour.
É dito que veremos outros membros da Armada de Dumbledore no camarote na Final, somando brilho e “Razzmatazz” a uma ocasião de gala. Esperamos que o comportamento de dois dos seus mais novos parasitas não vá constrange-los, acumulando vergonha para aqueles que já trouxeram honra ao nome “bruxo”.
Alguém sempre hesita em invadir a privacidade dos jovens, mas o fato é que qualquer pessoa estreitamente relacionada a Harry Potter colhe seus benefícios e deve pagar a pena do interesse público. Sem dúvidas Potter ficará angustiado ao saber que aos dezesseis anos de idade, seu afilhado Teddy Lupin – um meio-lobisomem magro com cabelo azul brilhante – não tem se comportado de forma condizente de bruxos da realeza desde que chegou no acampamento VIP. Se pode pedir muito que o sempre ocupado Potter mantenha as rédeas apertadas sobre esse menino selvagem, que foi confiado aos seus cuidados por seus pais morrerem, mas nos estremece saber que ele será o Mestre Lupin sem intervenção urgente. Enquanto isso, o Sr e a Sra Gui Weasley podem gostar de saber que a sua bela filha Victoire parece ser atraída para qualquer canto escuro em que o Mestre Lupin parece estar à espreita. A boa notícia é que ambos parecem ter encontrado um método de respirar através dos ouvidos. Não consigo imaginar nenhuma outra razão pelos quais eles sobreviveram tais períodos prolongados, que no meu tempo de jovem, eram chamados de “amassos”.
Mas não vamos ser graves. Harry Potter e seus companheiros nunca alegaram serem perfeitos! E para aqueles que querem saber exatamente como eles são imperfeitos, a minha nova biografia: “Dumbledore Army: The Dark Side of Demob” estará disponível a partir de 31 de Julho na Floreios e borrões.

Este pode ser o pontapé para uma possível divulgação de contos sobre a história de Potter no Pottermore, que deixou, sem dúvidas, todos os fãs entusiasmados.
quinta-feira, 29 de maio de 2014

Mas ninguém sabe de minhas guerras internas. Das intermináveis lutas que fazem de meus átomos bombas atômicas prestes a explodir em um milhão de estrelas. Ninguém sabe que, nesses dias, o céu é só um fragmento da minha tristeza. Conto-lhe sobre as granadas que estouram em silêncio, sobre os meus sonhos mortos pelo gatilho das palavras e sobre o caos que se instala em mim sem ninguém saber. Tento esconder os conflitos, instaurar o poder e cicatrizar minhas dores de combatente. Mas sinto-me sem arma, sem alma, sem amor. Ah, se pudesse desistir antes de entrar em campo de batalha. Se pudesse batalhar bravamente antes de perder as cores na Guernica pintada à mão em meu peito! Mas só há guerras: mundiais, frias ou troianas. Que duram cem anos e me deixam em farrapos, de onde não sairá nenhum vencedor. Se mortes acontecem, não existe sucesso. Só há revoluções fracassadas pelos seus banhos de sangue: francesas, inglesas e russas para uma estrangeira longe da pátria e que não consegue mudar os rumos de sua vida sem atingir uma pessoa inocente. Ninguém nunca se acha em combates, afinal. Só se perde. Vidas, memórias e estrelas cadentes que deram lugar as bombas. Amores, esperanças e vôos de pássaros que fugiram com medo das sirenes. Mas ninguém sabe das tristezas que constroem cercas ao redor do que floresce entre a fumaça e os destroços. Do que sobrou entre as flores e famílias despedaçadas. Ninguém sabe do cheiro de infância nos uniformes dos tantos mortos. Das constelações que perderam o brilho para os tanques de guerra, mas que mantiveram o amor estrelado de quem acredita na restauração. De quem acredita na alegria que há depois dos tiros, por simplesmente alcançar-se o silêncio. Na paz desarmada que toma nosso peito, que se apodera de nossa voz e grita o que nem a ditadura pode impedir. De quem acredita no mundo emoldurado na parede dos sobreviventes e na poesia que supera todos os holocaustos. As pessoas sabem do que os livros lhes contam, mas não das mínimas histórias que se perderam entre canhões e espadas. É assim conosco também: sempre há um combate cósmico por trás de nossas pupilas, com sonhos e dores tão astronômicos que nenhuma destruição em massa conseguirá apagar. Mas ninguém sabe de nossas guerras internas, e só nos resta lutar para não morrer todos os dias. Para manter viva, como quem planta em terras áridas a mais bela flor, a nossa rosa de Hiroshima.

Via:Universos
quarta-feira, 28 de maio de 2014

Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começar a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência de "embonitar" a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito.
Caio Fernando de Abreu.

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra. Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora. Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda. Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima. Você é aquilo que reivindica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia. Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.

 Martha Medeiros
segunda-feira, 5 de maio de 2014



Não faço nada que alguém não tenha feito não
Não falo nada que alguém não tenha dito então
Não penso nada, nosso futuro é imprevisão
Alguém me de a mão

Nessa calçada vejo que os anos vão chegar
Cada pegada me mostra um jeito de encontrar
Todo esse nada, o medo de se machucar
Porque tudo isso então

Se não há nada porque todos temem perder
Todo esse nada será vontade de viver
Na mesma casa na mesa que reparte o pão
Por isso tudo então

Quem é você que se esconde
Atrás de um nome qualquer
Não aparece pra mim
Estende a mão trazendo a chuva
Tocando o som do trovão
Será que vamos saber


Não faço nada que alguém não tenha feito não
Não falo nada que alguém não tenha dito então
Não penso nada, nosso futuro é imprevisão
Alguém me de a mão

Se não há nada porque todos temem perder
Todo esse nada será vontade de viver
Na mesma casa na mesa que reparte o pão
Por isso tudo então

Quem é você que se esconde
Atrás de um nome qualquer
Não aparece pra mim
Estende a mão trazendo a chuva
Tocando o som do trovão
Será que vamos saber.


sábado, 26 de abril de 2014

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor?
Ah, o amor… não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Martha Medeiros
domingo, 13 de abril de 2014

Well where I come from
You learn to take it nice and slow
But baby since we met
Oh, it's been go, go, go
So you can rough me up (rough me up)
Yeah baby you can hurt me too
Because all I've got (all I've got)
You see, all I've got is you
You can rough me up
You can break me down
Baby don't stop now
Oh, you can use me up til it all runs out
Baby don't stop now

I'm all yours,
I'm all yours somehow
Baby don't stop now
So where I come from
You learn to make the best of things
Honey since we met
You know you've had the best of me
So you can lock me out
Yeah baby throw away that key
Because all I know
Is this is where I wanna be

O domingo tá acabando — já é tarde — amanhã a gente começa de novo. Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga.


Caio Fernando de Abreu


Ela é do tipo que entende todos, mas ninguém a entende. Que se sente só, mesmo quando está rodeada de pessoas. Que é insegura, que acredita em amizades eternas e amores verdadeiros, mesmo sabendo que hoje em dia nada disso existe. Ela sabe cair, assim como também consegue se levantar e sempre chora quando deveria sorrir. Ela já foi decepcionada e ainda assim consegue ser forte, quando o mundo está desmoronando sobre ela. Ela fala pouco, mas sempre diz tudo. Ela é calma, porém se irrita com facilidade, gosta de abraços fortes e de palavras sinceras. Ela acredita no impossível e nada consegue fazê-la desistir. Ela sonha alto.. e como todos sabemos, quanto maior a altura, maior a queda.


Bianca Ribeiro
segunda-feira, 17 de março de 2014
amor-sentimento

A gente nunca sabe quando é o nosso começo até finalmente destruí-lo. Por exemplo, eu nunca achei que o A gente podia combinar Nós, e não é nenhum nó mal dado que você chegou a pensar, é nós mesmo, nós apertados, nós juntos, nós parecidos, nós fechados, nós unidos em uma só pessoa (ou um só verbo), assim como sempre imaginei que Agente seria coisa de FBI e não um tipo de plural, como em outro erro cheguei a pensar que a peteca era o novo vôlei da criançada. Pra você ter noção, a noção nunca foi muito bem vinda, as coisas andaram evoluindo gramaticalmente, o “Tudo bem?” Que era uma uma forma de cortesia matinal, virou siglas alfabetizadas em declino ao nosso surreal, assim como beleza, muito, você, com, e por mais que você não queira admitir, a saudade e o amor também viraram abreviações. Eu sei, é de se espantar!

bom dia virou beijo morno, o café nunca mais esquentou, o abraço virou aperto de mão, o sorriso virou ilusão e o flete virou chamego, como paquerar virou por si só um desejo. O livro virou lixo, o lixo virou casa, o tempo foi sumindo, as pessoas se distraindo, o vento virou fumaça e as crianças ficaram hipnotizadas. Criaram-se maquinas para os desobedientes de deveres e deveres para as próprias maquinas. As flores na mesa do jantar já não são mais verdadeiras e os frutos da colheita já não cabem mais na terra seca. Aquela TV pequena que tinha em seu quarto virou radio e cedeu seu espaço para um LCD, a pipa virou rima e a rima sumiu com sua cortesia.

A gente nunca sabe quando é o nosso começo até finalmente senti-lo. Você poderia ao menos saber escolher entre estar caminhando em uma manhã ensolarada, pelo simples prazer de suspirar ou adentrar em sua casa pela ilusão de conforto vivo. Mas tanto faz não é? Dentro o fora você ia acabar morrendo, então porque arriscar? Você poderia ter largado seu trabalho em casa(porque daqui pra frente ninguém mais precisará de escritório) e ter feito as pessoas rirem, nem que fosse por um segundo. Você esbarraria por muitas bocas e beijaria outras pelo seu sorriso, talvez nisso você encontraria outros risos. Você amaria e isso já compensaria seu dia. Ou desmoronaria sua vida, mas você já teria algo que poderia ser verdadeiro.

Quer algo mais real que uma risada? Um choro, talvez.

Mas você não seria desses, você gosta de curtir. Então você teria esquecido todas as suas abreviações e seu passado, e iria em busca de algo mais concreto, cuidado com o perigo, você não está mais atrás de um computador. Seus teclados foram tirados de suas mãos, seus dedos não são mais dígitos, suas cabeça não é nenhuma tela e o notebook onde era sua área de trabalho havia desaparecido, o-o-ou, você entrou pro mundo real meu amigo.

E foi ai que você voltou, mas não como antes, agora está transparecendo em palavras não ditas, julgadas pelo seu ser modernizado. Agora você escreve sobre a vida e do amor que sentiu ao rir, priorizou suas vantagens e voltou para o seu começo. A gente nunca sabe quando é o nosso começo até conseguir voltar para ele. Você pode ter continuado atrás de um computador, mas está em frente a vários corações.
quinta-feira, 6 de março de 2014


"Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é."

Martha Medeiros
sábado, 22 de fevereiro de 2014




Quando você vem ou não?
O que você quer de mim?
Deixo por aíO que você tem?
De onde você é?
Pode me esquecer
Se você quiser
Ou se deixar chover
Se você vier

Eu vou te acompanhar de fitas
Te ajudo a decorar os dias
Te empresto minha neblina
Vamos nos espalhar sem linhas

Ver o mundo girar de cima

No tempo da preguiça

Mas tudo bem
O dia vai raiar
Pra gente se inventar de novo


O que você é enfim?
Onde você tem paixão?
Segue por aí
Eu não sou ninguém demais
E você também não é
É só rodopiar
Em busca do que é belo e vulgar
Vamos onde ventar, menina
Foi bom te encontrar lá em cima
Odeio despedidas










Sossega, tudo chega no tempo certo. Não te apressa, a vida se encarrega de trazer tudo que falta. Não desanima, os ventos fortes só surgem para mostrar como nossa base é forte. Não entristece, nem sempre o que você deseja é realmente o melhor para você neste exato momento. Não esquece de sorrir, um sorriso transforma muitas situações.

Clarissa Corrêa

Voltando para casa a gente dá valor para o colchão, para o travesseiro, para coisas pequenas e bobas, para coisas grandes e preciosas, para o silêncio entre as paredes, para a calmaria do nosso canto, para as nossas certezas. Quando a gente volta, para algum lugar ou para a gente mesmo, compreendemos o que os dias insistem em nos dizer. E, mesmo quietinhos, eles dizem muito.

Clarissa Corrêa

Quando o mundo parece um lugar absurdo e cheio de crueldade, desamor e falta de perspectiva, apenas fecho os olhos. Respiro fundo, procuro visualizar uma cena bonita, busco no baú de pensamentos o que acalma, traz o sorriso e a serenidade outra vez. E assim, devagar e com uma esperança no canto dos olhos, procuro acreditar que tudo vai se transformar para melhor.

Clarissa Corrêa



Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. 
E examinai, sobretudo, o que parece habitual. 
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

 Bertold Brecht


Então vai lá: domine seu mundo, assuste seus monstros, afaste seus medos, crie suas expectativas, derrube suas angústias, acabe com sua ansiedade, preserve sua humildade, afogue seu ego, afague sua simplicidade. Você é artista e não um figurante da sua arte. Domine-a. Eduque-a. Xingue-a. Maltrate-a. Ame-a. Respeite-a. Entende-a de a a z. Ela será sua por uma vida inteira e até um pouco mais. Então vai lá! Aconteça o que acontecer: faça! Faça o que fizer: aconteça! Faça acontecer ou morra com a amargura de ter vivido no “poderia ter feito, no poderia ter acontecido…” Quer dor maior?

Livro: Eu me chamo Antônio



Todo Carlos
É meio Drummond
Fazendo sua quadrilha
Na Poesia Errante
Na troca de parceiros
E vértices sem fim
Errou o parceiro
E se perdeu por fim
José se perdeu
E agora José?
Seu agora se acabou?
Nesse andar de Andrade
Andou por um brejo 
Em alma do povo
Com rosa no bolso
E agora José?






Nesse andar de Andrade
Tu sabes o que quer?
Eu quero meu Drummond
Pode ser até Carlos
Que mexe no andar
Do Andrade de Drummond
Pode ter uma paixão medida
Ou um amor igual
Talvez pela medida
De ter alguém sem igual
Mas me diz como é Drummond
Se fazer de José
Criar teorias
Congelar corações
Emanar paixões
Tantas locomoções
Me diz como é ser Drummond
Tendo meu amor ao monte?

 Kézia Martins

Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem.
 Caio Fernando de Abreu.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014


Dizem que todo escritor é um pouco louco, mas quem pode nos culpar? É preciso ser muito louco para gerar, mentalmente, várias vidas. Dizem também que são ótimos mentirosos, pois inventam começos e fins com historias e personagens inimagináveis. 

Quem diria, ou melhor, quem dera um dia você conseguir ser um criador literário, ou como gosto de chamar, herois do coração e curadores de alma.

Kézia Martins

Quem sou eu

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Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.

Diana

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