E se você morresse hoje? O que achariam nas suas gavetas? O que encontrariam nos seus bolsos? Que coisas você deixaria sem fazer? Que abraço você se esqueceria de dar? Se você morresse hoje, o que seus familiares encontrariam embaixo do seu travesseiro? E da sua cama? Que arquivos achariam no seu pendrive? Que conversas leriam nas suas mensagens? Que surpresas teriam lendo as cartas do fundo das gavetas? Se você morresse hoje, o que as pessoas falariam e o que teriam para se lembrarem de você?


Via: Franhop
domingo, 13 de outubro de 2013

A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma.





E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?

Carlos Drummond de Andrade
sábado, 5 de outubro de 2013

“Quero ler mais livros. Escutar mais músicas. Assistir mais filmes. Quero ter menos preguiça, sentar mais no chão, correr mais pelo parque. Sabe, essas coisas fazem com que eu me sinta livre. Acho ruim a gente ter que se aprisionar. Quero sair de noite, caminhar sem rumo, ficar olhando para o céu. Pode soar bobo, mas isso pra mim é tão importante.”

Clarissa Corrêa
quarta-feira, 2 de outubro de 2013


E hoje percebi que as pessoas são como livros, alguns cheios de magia e encanto, outros vazios. Uns te enganam pela capa, enquanto outros surpreendem pelo conteúdo; Você encontra certas pessoas e em tão pouco tempo de convivência é como ler uma sinopse, e depois não ver a hora de compreendê-lo por inteiro. Cada um com sua devida importância. Por outro lado, alguns livros deixamos pela metade, enquanto outros devoramos intensamente. Se é romântico, dramático, triste, misterioso, infantil, complexo…No fim o que vale é uma boa história.

Pedro Bial


— Quem é você?
Ele me perguntou.
— Como assim? – disse eu
— Quem é realmente você?

Desviei o olhar da pedrinha com a qual eu estava brincando, olhei para ele por dois segundos e falei:

— Eu sou a menina que acompanha uma estrela no céu quando está andando de carro. E quando o carro faz uma curva ela não consegue mais ver a estrela e acaba tentando procurar outra igual, mas nunca acha. Eu sou a menina que conforme anda olha mais pro chão do que a própria frente, que ri de tudo, até mesmo quando está nervosa. Eu sou aquela que toma leite com toddy com colher todos os dias de manhã e antes de dormir e quer um cachorro de estimação para chamá-lo de Pluto. Eu sou a menina que prefere o Robin do que o Batman, o Gary do que o Bob Esponja, chocolate branco do que preto. Eu sou a menina que não acha certo maltratar animais e jogar lixo no chão, mas grita com os cachorros dos vizinhos e cospe o chiclete pela janela do carro. Sou a menina que sempre vai achar que dois é melhor que um, e que algum dia vai estar feliz e casada. Sou a menina que viajaria o mundo inteiro por um cara, e a cada passo que desse fora do Brasil, pensaria o quanto é louca por fazer isso. Eu sou a menina que tem uma coleção de ursinhos, livros, óculos coloridos, adesivos e uma caixa cheia de lembranças. E essa menina não se importa que achem isso estranho. Eu sou a menina que ainda acredita que nem tudo na vida é atuação, que todas as noites precisa olhar a lua da janela de seu quarto e conversar consigo mesma. Sou aquela menina que faz trabalhos voluntários em hospitais e que fica imensamente satisfeita quando faz alguma criança sorrir. E eu talvez seja a menina que sonhe com coelhos e biscoitos frequentemente.

Olhei para o chão. Depois de um segundo subi o olhar e vi que ele estava olhando para baixo também. Não entendi porque ele estava envergonhado. Quem deveria estar era eu. Afinal, foi ele quem fez a pergunta.

— E você, quem é? – quis quebrar o silêncio
Ele respirou fundo e olhou para o outro lado.
— Eu sou o menino que se apaixonou por aquela menina que prefere o Robin do que o Batman.




Kézia Martins

Quem sou eu

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Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.

Diana

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